Agridoce

Opinião com um gosto agridoce.

27 dias – Dinheiro, Money, Bufunfa pela América do Sul

Posted by Andrea Fu em 23/11/2014


dinheiro_vooE já falei de planejamento de custos de viagem e agora estou falando da execução deste planejamento. Se o seu pai não é um rico diretor de empresa ou sua mãe não é aquela aposentada por invalidez que não está nem aí pra quanto vai gastar, só quer aproveitar a aposentadoria, pode ter certeza que nada vai cair do céu. Tem que ter dinheiro.

Seja dinheiro virtual (cartão de crédito e débito, ou cheque), seja dinheiro em espécie, achei super complicado conseguir dinheiro para viajar. E esta complicação passa pelo “juntar a grana” e trocar pela moeda local.

A maioria das nossas reservas – minhas e da Gi – foi feita em dólar, nossos custos estão sendo feitos em dólares. Tudo isto porque estamos percorrendo um roteiro em 3 países diferentes, o dólar vale mais nestes lugares do que o real e nós precisaremos trocar muitas vezes a moeda.

A pesquisa por dólar foi penosa. Primeiro ao ver que em menos de 6 meses o dólar subiu mais de 50 centavos para compra (de 2,20 em Maio e Junho para 2,70 em Novembro e Dezembro). Pesquisei muito antes de trocar real por dólar. Achei a SmartCâmbio, ligada ao banco OuroInvest, com preços bastante competitivos. Enquanto as outras empresas vendiam o dólar a R$2,72, esta corretora vendia a R$2,65.

O problema é que entre setembro e novembro, não sei quando ao certo, deixaram de vender dólar em espécie e passaram a vender somente em cartão pré-pago. Depois falamos destes tipos de alternativas para viagens. Listei algumas poucas dicas aqui, lembrando que são dicas da minha atual experiência, não é uma verdade absoluta.

Dúvida 1 – Junto dinheiro ou compro dólar?

Pois é, aí que mora o perigo. Eu não fiz nenhuma pesquisa quantitativa, mas vi muitos relatos de pessoas que iam juntando o dinheiro numa poupança ou numa gaveta (que a curto prazo não significa nada), para depois trocarem por dólares. Li os economistas dizendo que o ideal é ir comprando dólares aos poucos, por causa da sua variação e um monte de incertezas decorrente de inflação e eleições. Oras, estamos em crise econômica, o dólar fechou na data de hoje em R$2,57 e a promessa é de aumento, principalmente para os exportadores manterem a concorrência no mercado internacional.

Segui um pouco dos dois, acredite… fui juntando uma grana e esperando o dólar baixar. A viagem inicia-se daqui 27 dias e eu resolvi comprar US$200 só agora que teve uma queda na cotação. É, eu tive longos meses para ir comprando e não o fiz. Pelo menos isto a Gi fez: bom pra ela, azar enorme o meu… paguei mais caro no fim das contas.

O ideal é seguir a dica dos economistas: comprar aos poucos, não fique esperando baixar a cotação. Quando você mais precisa, menos o dólar baixa, não adianta contar com a sorte e nem com a economia. Ela não está boa mesmo.

Dica 2 – Casas de Câmbio

De todas as casas de câmbio, como comentei, a SmartCambio foi a melhor em termos de competitividade. Mas também foi a melhor em relação ao atendimento. O fato de ser sempre a mesma pessoa a te atender, independente do horário que se ligue, me deixava mais à vontade para colocar minhas questões. Como eu nunca troquei dólar na vida, precisei perguntar muitas coisas e era muito simples conversar com eles. Me davam algumas dicas sobre o uso de dólar na América do Sul. A primeira dica era a de que o cartão pré-pago não era bom para usar na América do Sul, principalmente porque muitas hospedarias reservadas por mim não aceitavam pagamentos diferente do dinheiro em moeda local. A segunda dica era sobre a segurança: andar com dinheiro na América do Sul é perigoso e falavam para eu dar uma olhada em dicas de segurança dos países a serem visitados.

Dica 3 – Baixou, trocou

Não importa, se o dólar está baixando naquele dia, compre… vai gastar muito, mas vai pegar a melhor cotação. Os tempos estão muito difíceis, o dólar só tem subido. Hoje chegamos a um patamar maior (R$2,52) e não acredito que amanhã será diferente. Se não trocar agora por falta de grana, todos entendemos… vamos fazer o que? Se tiver como trocar, melhor trocar.

Dica 4 – Compre tudo o que puder aqui no Brasil com cartão de Crédito em reais

É verdade que a maioria dos mochileiros só tem o dinheiro dos dólares para poder levar e mal tem crédito. Mesmo porque mochileiro faz viagem de baixo custo, mas é impossível viajar sem nenhum dinheiro. Para os viajantes iniciais, como eu, comprar bota de trecking, bastões de caminhada, mochilas, roupa de inverno, tudo que eu não tinha. Paguei cerca de R$700 e parcelei em 6 vezes. O que me dá uma garantia de que não ficarei sem dinheiro. Deixar para comprar tudo no exterior pode te dar, além da dor de cabeça, um grande prejuízo, já que você paga em dólar e não pode recorrer ao parcelamento.

Sim, é verdade que no exterior é tudo mais barato do que no Brasil. Mas não na América do Sul. Comprar aqui para viajar pela América ainda é a melhor opção.

Dica 5 – Divirta-se sempre

Por mais que seja importante planejar os gastos, mais importante é a diversão. Eu não quero voltar para casa cheia de contas para pagar porque não consegui planejar minhas contas. Mas também não quero ficar bitolada nos valores que vou gastar. Sempre use o dinheiro com racionalidade e serenidade. Se não pode gastar mais do que R$1000 na viagem, reserve só isto e deixe o restante em casa. Use sem se preocupar com quanto paga por cada coisa, divirta-se. Quando o dinheiro acabar, pelo menos o das contas do próximo período estarão salvos e você não vai se estressar por falta de dinheiro pra pagar as contas.

Tem mais alguma dica sobre o uso do dinheiro para viajar? Coloca aqui nos comentários.

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